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O seu filho tem um membro inferior mais curto? Parte I

membro mais curto
Membro inferior direito mais curto

O seu filho tem uma perna mais curta? Sim? Ok, isto não é nada agradável, mais também não precisa entrar em pânico, tudo tem solução, até porque o que não tem, solucionado está. Claro, este não é seu caso, as assimetrias nos membros inferiores da criança tem sim solução, algumas mais fáceis que outras. Crianças com  assimetrias ou encurtamentos dos membros inferiores aparecem frequentemente na minha consulta e acredite, convencer aos pais sobre a conduta mais acertada é obra.

Resulta que os membros inferiores podem ficar assimétricos como sequela de múltiplos distúrbios que vão desde traumatismos até anomalias congénitas. Como o esqueleto da criança está num processo de crescimento continuo, a diferencia entre os membros será progressivas. A abordagem das assimetrias na criança difere radicalmente da  abordagem no esqueleto adulto.

Quais são as causas mais frequentes destas assimetrias ou encurtamentos?

Bem, como diz anteriormente, as causas podem varias. Entre as mais frequentes tem as  congénitas, derivadas de distúrbios pré-natais ou podem ser adquiridas após nascimento, como consequências de traumatismos, infecções, transtornos metabólicos, tumores, etc. Transtornos vasculares ou neurológicos podem também alterar o normal crescimento duma extremidade que pode ficar mais curta ou ter um crescimento excessivo.

Causas Congénitas…

Displasia …e posterior luxação congénita da anca

Hemimelias,…tais como fémur o tíbias curtas

Hemihipertrofías… mecanismo de origem desconhecida onde tudo um lado do corpo desenvolve mais que o outro.

 Causas adquiridas…

Paralisias
As flácidas principalmente. Em países com surtos de poliomielite, como foi o nosso, as assimetrias por esta causa são muito frequentes, basta só dar uma volta para ver alguns adolescentes ou adultos com esta sequela. A paralise espástica, isto é as rijas, parecem ter menos impacto nas assimetrias. Acredita-se que de alguma forma a perda ou redução da actividade muscular tenha efeito negativo no crescimento ósseo.

 Transtornos vasculares
Por um mecanismo não muito bem esclarecido o aumento do fluxo sanguíneo numa extremidade provoca hipercrescimento, inclusive na fase da organogénese ou na fetal. Este fenómeno se vê nos hemangiomas, embora tentativas de provocar hipercrescimento de forma experimental não tenham sido muito exitosas.

 Neoplasias
O impacto dos tumores no crescimento ósseo varia. Pacientes com tumor de Wilms, por exemplo, apresentam um crescimento mais acelerado da extremidade situada no lado do tumor. Atenção:  toda criança com hipercrescimento de origem indeterminado,  deve ser submetida a um rigoroso exame do abdómen.

Por outro lado, os tumores  também podem  destruir a placa de crescimento ósseo directamente ou indirectamente durante sua remoção cirúrgica. Tumores osteogénicos podem criar pontes que travam o crescimento na fise. O tratamento com radiações pode  ser nefasto para as células relacionadas com o crescimento.

Traumatismos
 Os únicos processos que de forma aguda podem alterar a longitude de um osso são as fracturas ou as luxações, pela super-posição ou pelo angulado dos fragmentos. Paradoxalmente o mesmo processo pode causar hiper-crescimento secundário do osso, tal vez pelo aumento do fluxo de sangue que provoca.

Traumatismos directos da placa de crescimento podem deixar como sequela “pontes ósseas” que travam o crescimento epifisiario, se a ponte atinge só um lado da fise aparece um desvio angular.

Infecções

Sequela de uma Artrite Séptica do quadril

A Osteomielite ou Artrite séptica , tão frequentes no nosso meio, são uma ameaça para o crescimento. A destruição da fise (placa de crescimento) pela infecção é mais grave que a provocada pelos traumatismos.
Quase sempre a zona afectada é o grau residual de  deformação é  maior. Na  Artrite Séptica, a epífise (extremo do osso) pode ser totalmente destruída pelas bactéria o pela necrose avascular secundaria.
Este tipo de lesão é irreversível.

 

 

 

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